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Sobre o artigo de Ruy Castro, em que ele faz uma crítica a Semana de 22:

  • mgessy70
  • 19 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de jan. de 2022


Eita, mas isso é bairrismo reverso do nosso querido escritor, carioquíssimo mineiro de Caratinga.

Jovens de elite paulistana se uniram em torno de uma ideia de renovação que eles mesmos não entendiam naquele momento. "Não sabemos o que queremos, sabemos o que não queremos".

Além de se um projeto de mudança, eles também contavam com o dinheiro do café e dos mecenas, que abriam seus salões para eles: escritores, poetas, pintores, escultores e arquitetos.

A Semana de 22: Muito barulho por nada? Quase isso. Mas, por que tanta repercussão e ressonância? Eles estavam inaugurando ali um marketing bem orquestrado de seus produtos. Mario de Andrade diria: " Mas, o que importa é o nome que fica na memória para sempre". Estamos célebres! Amados e detestados.

Por que esse movimento não aconteceu no Rio? Falta de mecenas? Não, havia Laurinda Santos Lobo que, generosamente, com o dinheiro da Mate Larangeira alavancou a carreira de Villa Lobos e de tantos outros artistas.

Falando do célebre compositor carioca, o sucesso dele na Semana de 22 foi um estrondo de vaias e assovios quando surgiu no palco do Municipal, de fraque e de chinelos.

Manuel Bandeira, carioca nascido em Recife, também convidado, não foi, mas mandou sua poesia " Os Sapos" que levou a plateia ao delírio, com urros, pulos e vaias.

Ronald de Carvalho, Ribeiro Couto, Renato Almeida e outros foram convidados pessoalmente por uma comitiva dos organizadores da Semana.

É verdade que a Semana de 22, que agora em 2022 completa um século, tem muito mais de movimento iconoclasta que qualquer outra coisa.

Também é verdade, como diz Ruy Castro, que a Geração de 30 deu uma sacudida na República Velha e despachou a Semana de forma fulminante para o passado. Certíssimo. Estava apenas cumprindo o seu papel de renovação e aprofundamento das premissas apontadas pelo Semana. A fila tem que andar, não dá pra parar.

Mas, e pessoal da Semana, o que aconteceu com eles? Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Dia Cavalcanti e Brecheret, continuaram brilhantemente com suas carreiras solos.

Mario de Andrade, autor de Macunaíma, liderou a cena cultural brasileira até sua morte, em fevereiro de 45. Oswald de Andrade, em 1967, reviveu com a brilhante encenação do seu Rei da Vela por José Celso Martinez. E com seu Movimento Antropofágico inspirou o Movimento Tropicalista.

É pouco para celebrarmos os novos ventos soprados há cem anos atrás pela Semana de Arte Moderna.


Digam vocês


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